PRODUTOS MAIS NEUTROS MINIMIZAM OS EFEITOS ESTRANHOS NA PELE
Diz na revista + Saúde & BEM ESTAR
O hábito de colorir o rosto acompanha a humanidade desde os primórdios. Dos antigos faraós às tribos indígenas, a pintura sempre esteve presente na cultura dos povos.
Nos tempos atuais, as mulheres utilizam a maquiagem para sentirem-se mais bonitas e poderosas. Apesar da atração feminina por esse tipo de cosmético, estima-se que 10% das usuárias apresentem alguma reação alérgica aos produtos, de acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia.
A administradora de empresas Débora Costa, de 31 anos, começou de repente a demonstrar os sintomas da alergia à pintura facial. "Sempre usei maquiagem, mas um dia comecei a sentir muita coceira nas pálpebras, acompanhada de vermelhidão e de uma textura grossa na pele onde eu havia passado a sombra", explica.
Após a realização de exame específico, foi constatado que Débora havia desenvolvido alergia a substâncias presentes na maquiagem. "Pode acontecer de uma pessoa que nunca teve alergia passar a ter. Isso depende da pele estar mais vulnerável", explica a dermatologista Marcia Meirelles, de São José, que pertence à Sociedade Brasileira de Dermatologia.
A médica explica que duas situações deixam a pele suscetível à alergia. Quando ocorre uma diminuição da barreira de proteção da pele, ocasionada por uma piora da dermatite (inflamação das camadas das superfícies da pele), quando a pele está queimada pelo sol ou frio e quando a pele foi friccionada por atrito com roupas ou unhas. "A outra situação que permite a manifestação de alergia está ligada ao aumento do estímulo neuros sensorial, quando o estresse leva a liberação das substâncias inflamatórias", pontua Marcia.
Para minimizar esses efeitos, é necessário evitar o uso de maquiagem quando houver uma dessas situações. "Deve-se procurar um dermatologista, para que ele possa indicar produtos mais neutros, hipoalergênicos", diz.
MECANISMOS. De acordo com a médica, as alergias ocorrem por dermatite de contato, ou seja, quando a própria substância presente no cosmético é irritante e afeta a todos de acordo com a exposição ao item. "Quando mais usamos o produto, mais ficamos com a pele irritada", explica.
O excesso de adstringentes, por exemplo, como cloridróxido de alumínio, o uso de sabonetes ou loções de limpeza para peles oleosas, que geralmente contêm ácido salicílico, costumam ressecar a pele, levando à coceira inchaço vermelhidão e descamação.
Outro mecanismo é a dermatite de contato alérgica, quando ocorre ativação do sistema imunológico, ou seja, a pessoa sensibiliza-se com o produto e começa a produzir substâncias químicas (neurotransmissores) que provocam inflamação. "E algumas de nossas células de defesa (linfócitos) se transformam em células de "memória". Portanto, depois de algum tempo - 24 a 48 horas - ocorre à reação alérgica aguda ou, entre uma ou duas semanas, surge a reação alérgica tardia", cita.
DICAS. A procedência da maquiagem pode contribuir para as reações alérgicas. "As marcas mais caras geralmente investem mais em pequisa e podem oferecer ao público produtos mais testados", explica Marcia.
Antes de aplicar maquiagem, é necessário limpar a pele e usar hidratante, evitando a fricção das unhas na pele. Essas dicas, de acordo com a dermatologista, ajudam a proteger a pele. "Depois no final do dia, devemos usar um demaquilante adequado, enxaguar bem a pele e então hidratá-la novamente", completa.
FIQUEM ATENTAS
SUBSTÂNCIAS QUE COSTUMAM DAR ALERGIAS!
- Tintura de cabelos: parafenilenodiamina
- Lenços umedecidos: propilenoglicol e lanolina
- Esmaltes: formaldeído e tolueno
- Filtros solares: ácido paraaminobenzóico
- Cremes clareadores da pele: hidroquinona
- Sabonetes: lauril sulfato de sódio
- Hidratantes: ácido lático e ureia, perfumes
Fonte: Marcia Meirelles, dermatologista
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